sexta-feira, 11 de abril de 2014
O filme Noé e o Dilúvio
Este
filme ‘Noé’, que recentemente foi estreado no Brasil, apresenta uma
visão que não se coaduna com a interpretação que a Igreja dá do episódio
do dilúvio e da aliança de Deus com Noé. O filme traz uma interpretação
que nada tem a ver com a visão da Igreja. Senão vejamos.
Os quatro capítulos do Gênesis(6-9) narram o dilúvio bíblico e
significa uma expressão do pecado que, a começar com Adão e Eva vão se
alastrando cada vez mais. Esta narração contém, como pode-se notar
quando se lê atentamente, repetições e contradições. Os exegetas
(estudiosos da Bíblia) concluem que a narração é a fusão de dois
documentos (fontes Sacerdotal P e Javista J) conservando cada qual os
seus detalhes próprios, sem que o autor sagrado tivesse a preocupação de
harmonizá-los entre si. Isto mostra que o autor sagrado não estava
preocupado com detalhes menores, e visava sim um sentido mais profundo,
uma mensagem religiosa.Nas tradições dos povos antigos há cerca de 290 histórias antigas de dilúvio, e todas com uma base comum: há uma grande catástrofe por conta de uma grande ofensa dos homens contra a divindade. O elemento do castigo que mata os homens e os animais pode ser a água, o fogo, o terremoto, etc.
Na Babilônia há quatro versões semelhantes de dilúvio, semelhantes ao da Bíblia. Note que Abraão foi oriundo da Mesopotâmia. Aos olhos da ciência é certo que não houve um único dilúvio universal.
Quando o texto bíblico fala de “terra inteira” e “todos os homens” não fala em sentido geográfico, mas religioso, hiperbólico (Gn 41,54.57; Dt 2,25; 2Cr 20,29; At 2,5) isto é, o gênero humano para o autor sagrado se reduzia àqueles que transmitiam os valores religiosos da humanidade.
A mensagem do relato do dilúvio (Gn 6-9) quer mostrar o seguinte: Deus é
santo e puro; Deus é justo; não pode deixar o mal imperar; Deus é
clemente; convida à conversão antes de corrigir. O dilúvio marca o fim
de um período da história religiosa da humanidade e marca o início de
uma nova era; é como se fosse o início de um novo mundo, onde Deus faz
aliança com Noé, o “pai” da nova humanidade.
Noé é uma imagem de Cristo. Noé salvou a humanidade pelo lenho da
arca, Cristo vai salvá-la pelo lenho da cruz, do dilúvio do pecado. A
arca de Noé é uma figura da Igreja; assim como ninguém sobreviveu fora
da arca, ninguém se salva fora da Igreja. Todos os que se salvam, mesmo
que não pertençam à Igreja, se salvam por meio de Cristo e da Igreja,
ainda que não saibam disso;As águas do dilúvio são figura do Batismo, que pela água dá vida aos fiéis e apaga os pecados; o dilúvio, como nova criação, prefigura “os novos céus e a nova terra” (2Pe 3,5-7.10) que haverão no fim da história.
Como se pode ver, esta visão da Igreja nada tem a ver com a visão apresentada no filme ‘Noé’.
Prof. Felipe Aquino
Papa inicia ciclo de catequeses sobre dons do Espírito Santo
Santo Padre começou o ciclo falando da sabedoria, que é a graça de ver cada coisa com os olhos de Deus
Da Redação, com Rádio Vaticano
Cerca de 50 mil pessoas compareceram à
Praça de São Pedro, nesta quarta-feira, 9, para a Audiência Geral com o
Papa Francisco. Hoje, o Pontífice iniciou um novo ciclo de catequeses
sobre os dons do Espírito Santo: sabedoria, entendimento, conselho,
fortaleza, ciência, piedade e temor a Deus.
Acesse.: Íntegra da catequese
Falando sobre o primeiro desses dons, a
sabedoria, Francisco citou o Rei Salomão, que, no momento da sua
coroação, pediu “um coração que escuta, que saiba discernir entre o bem e
o mal”. A sabedoria é justamente isso, explicou o Papa: “É a graça de
poder ver cada coisa com os olhos de Deus. Às vezes, vemos as coisas de
acordo com a conveniência ou de acordo com o nosso coração, com amor,
com ódio ou inveja. Este não é o olhar de Deus”.
A sabedoria, portanto, não nasce da
inteligência ou do conhecimento que se adquire, mas da intimidade com
Deus, “de filhos com o Pai”.
“Quando estamos em comunhão com o Senhor,
de certo modo, o Espírito Santo transfigura o nosso coração e nos faz
sentir todo o Seu calor e a Sua predileção; então, tudo nos fala de Deus
e torna-se sinal da Sua misericórdia e do Seu amor. Isso torna sábio o
nosso coração, não no sentido de saber tudo ou de ter uma resposta para
tudo, mas no sentido de que saboreia o Senhor. O nosso coração e a nossa
vida têm o gosto, o sabor de Deus”.
O Santo Padre destacou ainda que é
importante ter cristãos assim nas comunidades, tornando-se um sinal vivo
da presença divina. Mas esse também é um dom que Deus concede àqueles
que se tornam dóceis ao Seu Espírito, lembrou o Papa. “Todos temos
dentro de nós o Espírito Santo, ao qual podemos ou não escutar. Se nós O
ouvirmos, teremos a sabedoria do Senhor”.
Francisco deu dois exemplos práticos de
“aplicação” da sabedoria de Deus: uma mãe com seus filhos e um casal de
esposos. A mãe não deve repreender os filhos com nervosismo ou agitação,
mas com doçura e paciência; já no matrimônio, quando brigam, os esposos
não devem se olhar com “cara fechada”, mas fazer as pazes depois da
tempestade.
“Isso [sabedoria] não se aprende, é um
presente do Espírito Santo. Por isso, peçamos ao Senhor que nos dê a
sabedoria de olhar com os olhos Deus, de sentir com Seu coração, de
falar com as palavras d’Ele. Com essa sabedoria, devemos ir avante,
construindo a família, a Igreja. Peçamos a Maria, sede da sabedoria, que
nos conceda essa graça”
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