O avião bimotor desapareceu perto de Jacarecanga, sudoeste do Pará, na
última terça-feira (18). Segundo o Ministério da Saúde, o grupo estava
viajando para fazer substituição de equipes que prestavam atendimento
nas aldeias da etnia mundurucu. Entre os passageiros do avião estava a
técnica de enfermagem Rayline Campos, que chegou a mandar um SMS para o
tio falando dos problemas enfrentados na aeronave. A busca pelo bimotor
começou na terça e envolve, além de três aviões oficiais, uma equipe de
mais de 60 pessoas.
De acordo com Nogueira, a equipe de buscas terrestre é formada por
voluntários, profissionais da Secretaria Especial de Saúde Indigena
(Sesai) e da Fundação Nacional de Saúde (Funasa). Os turnos de busca
duram cerca de dez horas e tem o desafio de percorrer uma área estimada
em 15 quilômetros. “Estamos nos baseando no depoimento de moradores que
viram o avião voando baixo, momentos antes de sumir. A partir dessas
informações, estabelecimentos a área de busca, que é extensa e dentro de
mata fechada”, informou.
Piloto era dono do taxiaéreo
Duas aeronaves da Força Aérea Brasileira (FAB) e um helicóptero da
Polícia Militar também estão empenhados na procura. Outros aviões
menores que estavam na busca devem suspender a participação, por motivos
de segurança. “Outros bimotores estavam circulando, mas pedimos que
eles cessassem a busca para evitarmos novos acidentes”, conta Nogueira.
De acordo com o secretário, a mobilização de outros pilotos ocorreu
porque Luiz Feltrin, o condutor da aeronave desaparecida, era dono da
empresa Jotan Taxiaéreo, proprietária do bimotor que transportava a
equipe médica de Itaituba até a comunidade indígena de Jacareacanga.
“Ele era dono da empresa e um conhecido piloto em Itaituba, com mais de
30 anos de experiência”, informou. A Jotan Taxiaéreo não quis se
pronunciar sobre o caso.
Mau tempo atrasa buscas
As buscas sofreram atrasos devido ao mau tempo. Durante a manhã desta
quinta-feira (20), as aeronaves oficiais não realizaram a procura diante
do tempo nublado impossibilitou a visibilidade. Os aviões retomaram o
trabalho apenas às 16h.
O capitão da Força Aérea Brasileira (FAB), Alcides Machado, que comanda
as buscas pelo bimotor, conta que a sua aeronave já percorreu cerca de
750 quilômetros quadrados durante a busca e explica a dificuldade de
trabalhar em mata fechada. “Muitas vezes a gente pensa que um avião que
caiu na mata vai abrir uma grande clareira, algo de fácil visualização,
mas na verdade não é assim, a mata, em termos gerais, realmente
‘engole’ a aeronave e caso ela tenha colidido com solo e não pegou fogo,
fica mais difícil ainda a localização”.
De acordo com a FAB, após 21h de voos, já foi percorrida 90% da área
apontada como provável localização da aeronave. Caso o bimotor de táxi
aéreo não seja encontrada ainda nesta quinta-feira (20), outros padrões
de busca devem ser adotados.
Entenda o caso
O avião de pequeno porte que transportava uma equipe de profissionais da
Secretaria Especial de Saúde Indigena (Sesai) até uma aldeia indígena
de Jacareacanga, no sudoeste do Pará desapareceu na última terça-feira
(18). Aeronaves de Manaus e Campo Grande estão ajudando nos trabalhos de
localização do bimotor, modelo Beechcraft BE 58 Baron.
De acordo a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), a situação da
aeronave desaparecida, de matrícula PR-LMN, estava regular. A Inspeção
Anual de Manutenção (IAM) e o Certificado de Aeronavegabilidade (CA)
estavam em dia.
G1