"Não nos furtaremos em colocar em ação todas as medidas que julgarmos necessárias e urgentes. Sabemos, e não vamos esconder esse fato, que a inflação subiu devidos a choques internos. Apesar dessas causas, todo o aumento da inflação vai exigir que o governo tenha atenção bastante especial sobre suas fontes e causas. O governo está diuturnamente, e até noturnamente, atento a todas as pressões inflacionárias, vindas de onde vierem, e fazendo permanente analise delas", declarou.
Mantega diz que Brasil está inserido em "surto inflacionário" mundial
"Outro ajuste que devemos fazer é o controle da inflação em um momento em que existe surto inflacionário mundial. Na China, a inflação de 2011 está crescendo quase 100%, passando de 2,4% para 5,4%. Essa é uma inflação de 12 meses que termina em março. Os Estados Unidos ainda não captaram a inflação do petróleo. No Brasil, o crescimento da inflação é menor. Em matéria de inflação, o Brasil não está mal na foto mundial, de modo que estamos conseguindo conter mais que em outros países", afirmou.
"Temos que usar diversas armas contra a inflação. Não devemos poupar armas. Devemos usar todas as armas disponíveis, sejam armas monetárias, sejam armas fiscais. Uma das medidas é estimular aumento da oferta de produtos agrícolas. O Brasil pode fazer isso. Temos nos esforçado para estimular a produção agrícola no Brasil e a cada ano nossa safra tem obtido recordes", disse.
Ele apontou o aumento do preço das commodities como uma das principais causas da inflação, resultado do choque de oferta, do aumento do consumo de commodities principalmente alimentares em países em desenvolvimento, além da instabilidade política no Oriente Médio e no norte da África, episódio que tem provocado sucessivas altas do petróleo.
Boletim Focus divulgado pelo Banco Central nesta segunda-feira aponta que o mercado elevou pela sétima vez consecutiva a previsão para a inflação oficial neste ano, aumentando de 6,29% na última semana para 6,34%.