SÃO PAULO - O ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva disse em discurso, na noite desta quarta-feira, em Guarulhos, na região metropolitana de São Paulo, que seu bordão "nunca antes na história deste país" era uma "provocação" aos adversários para lembrá-los que "não fizeram nada" quando estavam no poder. Em uma fala a metalúrgicos com estocadas na oposição, mesmo sem citar diretamente, Lula declarou que seu governo foi a "democracia mais plena da história da humanidade".
"Duvido que na história da democracia praticada na humanidade tenha havido um governo que tenha exercitado. Nunca houve tantas conferências nacionais na história do planeta Terra. Foram 73. Participei de pelo menos 70. Nenhum segmento da sociedade deixou de ser recebido no Palácio do Planalto pelo governo Lula. A população de rua foi recebida em Brasília para fazer suas reivindicações", disse o ex-presidente, para a plateia da Confederação Nacional de Metalúrgicos da Central Única dos Trabalhadores (CUT). O discurso, de mais de uma hora, empolgou muito os espectadores, que ovacionaram Lula com cantos e gritos de apoio.
O ex-presidente insistiu na necessidade de apoiar o governo de sua sucessora, Dilma Roussef, e declarou que é "dever de todos os brasileiros combater a inflação". "Temos obrigação de não permitir que a inflação volte neste país porque quem perde com isso não é a Dilma, não é o Guido (Mantega, Ministro da Fazenda) é o trabalhador. Temos que ser guerreiros contra a inflação e contra a especulação, disse.
O ex-presidente afirmou ainda que deve dar seguimento à sua obra política na África, disse que é difícil "desencarnar" do cargo de presidente e ainda afirmou que "não existe possibilidade" de discordar da presidente, que chamou sempre "presidenta Dilma". Durante a saída, em entrevista aos jornalistas presentes, disse que o "sucessor direto" do presidente do partido, José Eduardo Dutra, licenciado do cargo por motivos de saúde, é o do vice-presidente do partido Rui Falcão, mas negou que tivesse opinião sobre o assunto.
Lula também desconversou sobre a possibilidade da volta do ex-tesoureiro do partido, Delúbio Soares, de volta aos quadros do PT. "Delúbio é um cidadão comum até que se prove o contrário, mas não sou do diretório e não posso falar nada", declarou pouco antes de entrar em seu carro para voltar a São Bernardo do Campo, onde mora.
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