quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

Ano Litúrgico.II


Como nasceu o Ano Litúrgico

Com o Primeiro Domingo do Advento, tem início para nós um novo ano litúrgico. O Salmo 65, no seu versículo 12, que tomamos como título deste texto, ilustra bem como Deus, na sua graça, passa entre nós no círculo do ano litúrgico, coroando-o e coroando-nos com sua bênção nas diversas celebrações que nos colocam em contato com o mistério pascal de Cristo. Sendo assim, podemos em primeiro lugar compreender que “...o ano litúrgico não é uma ideia, mas uma pessoa, Jesus Cristo e o seu mistério realizado no tempo e que hoje a Igreja celebra sacramentalmente como ‘memória’, ‘presença’, ‘profecia’.”

O homem primitivo, mais do que o moderno, estava atento aos diversos ritmos do ano e, antes que Deus se revelasse na história, pela luz natural da razão, o homem percebia algo de divino nesses diversos ritmos do tempo. Assim, aos poucos, o homem foi sacralizando as diversas “passagens” de Deus durante o ano, no ritmo cíclico das estações.

Presença de Deus na história

Quando Deus se revela a Israel, esse ritmo não é rompido, mas é compreendido à luz da sua fé. Assim, o povo de Israel tinha também um ritmo cíclico de celebrações litúrgicas que se repetiam cada ano, tornando presente de forma cúltica as diversas passagens de Deus pela sua história. Contudo, Israel entendeu que essa repetição, apesar de ser cíclica, não era fechada e morta em si, mas aberta a futuras e novas intervenções de Deus na história. Israel entendeu também que essas repetições tornavam presente de forma misteriosa aqueles fatos que poderiam simplesmente ter ficado no passado. Os cristãos herdaram do povo judeu a celebrar de forma memorial as intervenções de Deus na história.

Páscoa de Cristo

O culto da Igreja surgiu para celebrar a Páscoa de Cristo. Os primeiros cristãos não possuíam um “ano litúrgico” propriamente dito. A vida dos primeiros cristãos tinha como centro a Páscoa, celebrada semanalmente no “domingo” e também anualmente no “Grande Domingo”. Depois outras celebrações vão sendo assimiladas e o mistério pascal de Cristo passa a ser celebrado não somente de forma “concentrada” na Páscoa, mas em cada uma de suas facetas (sem deixar de estar inteiro em cada uma delas) no decorrer do ano.

Mistério pascal de Cristo

A razão para que se constituísse pouco a pouco o ano litúrgico como nós o conhecemos foi pedagógica e teológica: pedagógica, porque não podemos apreender todas as dimensões do mistério pascal de Cristo em uma única celebração; teológica, porque na verdade o mistério pascal de Cristo é amplo (vai da criação à Parusia), e cada uma das suas etapas se reveste de singular importância, ainda que esteja em relação ao todo.

Assim, aos poucos, vão surgindo os chamados “tempos litúrgicos” e as “festas”: a Páscoa logo se desenvolve num Tríduo e depois passa a se desdobrar em 50 dias (o santo Pentecostes); para preparar melhor a iniciação cristã que era realizada na Páscoa e também os penitentes que eram reconciliados na quinta-feira santa surgiu a Quaresma; surgem, também, as celebrações dos mártires, aqueles que tornaram viva a Páscoa de Cristo no seu testemunho; o culto da Virgem Maria; o Natal (sobretudo a partir do século 4 para combater a festa pagã do chamado “sol invicto”, mostrando que Jesus é o verdadeiro “Sol” que nasceu do alto); o Advento, para preparar o Natal, e também chamado “Tempo Comum” ou “Tempo Durante o Ano”.

Ano litúrgico

Assim se formou o ano litúrgico como temos hoje: iniciamos no Advento (marcado pela cor roxa), passamos depois ao Natal e a Epifania (dourado ou branco – sentido festivo), seguimos pelo Tempo Comum (Cor verde) até a Quaresma (roxo – sinal de penitência), depois desta última entramos no Grande Período Pascal (dourado ou branco – sentido festivo), que termina com a Solenidade de Pentecostes (vermelho – Espírito Santo), e depois voltamos ao Tempo Comum, que dura até a Festa de Cristo Rei, que coroa todo o ano litúrgico. As festas dos mártires, dos santos e da Virgem Maria são celebradas no decorrer de todo o ano litúrgico. Em cada um destes “mistérios” é, na verdade, o único Mistério Pascal de Cristo que está sendo celebrado.

Ciclo trienal

Depois do Concílio Vaticano II, os Lecionários utilizados para a celebração da Santa Missa foram constituídos levando-se em conta o desejo do Concílio de que os “tesouros da Palavra de Deus” fossem mais amplamente distribuídos aos fiéis (cf. SC2 51). Com isso, temos no domingo um ciclo trienal de leituras, que são os anos A, B e C. Cada um desses anos é marcado pela leitura mais assídua de um dos três evangelhos sinóticos: no Ano A, Mateus; no Ano B, que agora iniciamos, Marcos; no Ano C, Lucas. O Evangelho de João perpassa todos os três ciclos e é lido, particularmente, no Tempo Pascal. Assim no giro do ano, percorrendo esse ciclo trienal, temos a chance de ter um contato abundante e fecundo com quase todos os textos da Sagrada Escritura.

Vida cristã

A vida cristã deve ter como base o ano litúrgico. Como a liturgia deve ser o centro da nossa existência, e ela é celebrada dentro dos ritmos próprios do ano litúrgico, assim as nossas devoções e a nossa própria espiritualidade como um todo devem se alimentar desse mesmo ritmo, de forma que a nossa vida se nutra do único e mesmo “sopro de Pentecostes”, que desce sobre nós na liturgia e nos acompanha no cotidiano de nossas vidas. Isso nos fará viver a liturgia não somente na assembleia, mas nos fará viver a liturgia cotidianamente. Assim a “obra de Deus” se realizará plenamente em nós, porque é Ele quem nos transforma pela celebração dos seus mistérios.

Fonte: http://arqrio.org/formacao/detalhes/615/ano-liturgico

quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

Brincando com Luz.





Fotos: RG.

20 de Janeiro - Dia de São Sebastião

São Sebastião nasceu em Milão, na Itália, de acordo com Santo Ambrósio, por volta do século III, embora haja versões de que tenha nascido em Narbonne, na França. Pertencente a uma família cristã, foi batizado em criança. Mais tarde, tomou a decisão de engajar-se nas fileiras romanas e chegou a ser considerado um dos oficiais prediletos do Imperador Diocleciano.

Contudo, nunca deixou de ser um cristão convicto e ativo. Fazia de tudo para ajudar os irmãos na fé, procurando revelar o Deus verdadeiro aos soldados e aos prisioneiros. Secretamente, Sebastião conseguiu converter muitos pagãos ao cristianismo. Até mesmo o governador de Roma, Cromácio, e seu filho, Tibúrcio, foram convertidos por ele.

Em certa ocasião, Sebastião foi denunciado, pois estava contrariando o seu dever de oficial da lei. Teve, então, que comparecer ante o imperador para dar satisfações sobre o seu procedimento.

Diante do Imperador, Sebastião não negou a sua fé e foi condenado à morte, sem direito à apelação. Amarrado a um tronco, foi varado por flechas, na presença da guarda pretoriana. No entanto, uma viúva chamada Irene retirou as flechas do peito de Sebastião e o tratou.

Assim que se recuperou, demonstrando muita coragem, se apresentou novamente diante do Imperador, censurando-o pelas injustiças cometidas contra os cristãos, acusando-o de inimigo do Estado. Perplexo com tamanha ousadia, Diocleciano ordenou que os guardas o açoitassem até a morte. O fato ocorreu no dia 20 de janeiro de 288.

São Sebastião é um santo muito popular e padroeiro do município do Rio de Janeiro, dando seu nome à cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro. Reza a lenda que, na batalha final que expulsou os franceses que ocupavam o Rio, São Sebastião foi visto de espada na mão entre os portugueses, mamelucos e índios, lutando contra os franceses calvinistas. Além disso, o dia da batalha coincidiu com o dia do santo, celebrado em 20 de janeiro. São Sebastião é o protetor da humanidade contra a fome, a peste e a guerra.

terça-feira, 19 de janeiro de 2016

“De Olhos Vendados” abre o calendário de formação da Fotoativa 2016

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A Fotoativa abre inscrições para a oficina de iniciação à fotografia “De Olhos Vendados” com Miguel Chikaoka. Entre os meses de março e abril deste ano, serão duas turmas paralelas, uma às terças e quintas pela parte da noite, e outra aos sábados pela parte da tarde. Para ambas as turmas, haverá momentos de prática a combinar em grupo. Os interessados devem se candidatar por meio de formulário de inscrição on-line até o dia 18 de fevereiro e aguardar a chamada para as entrevistas presenciais.
A oficina “De Olhos Vendados” é destinada ao público geral, amadores e experientes, interessados no aprendizado e na prática da fotografia através de experimentos inspirados na leitura da gênese do processo de produção de imagens. Sua metodologia se compõe de vivências que envolvem práticas de construção e uso de dispositivos de visualização e captura de imagens, jogos e exercícios sensoriais, expedições e rodas de conversa.
Segundo o fotógrafo e educador Miguel Chikaoka, o objetivo da oficina é estimular o exercício do pensamento crítico-criativo sobre as possibilidades do fazer fotográfico e seus desdobramentos nas mais diversas áreas do conhecimento.
Miguel Chikaoka é natural de Registro-SP, vive e trabalha em Belém desde 1980. Seu trabalho voltado à experimentação, pesquisa e reflexão do fazer fotográfico resultou numa prática educativa pautada na potência inspiradora da luz em todas as suas dimensões. Como artista acumula uma dezena de exposições individuais e uma extensa lista de participações de em coletivas no Brasil e no exterior. Em 2012, recebeu o Prêmio Brasil de Fotografia e a Comenda da Ordem do Mérito Cultural – MinC por sua contribuição à cultura brasileira. Em 2014 foi contemplado com o Prêmio de Artes Plásticas Marcantonio Vilaça / Funarte.

sexta-feira, 15 de janeiro de 2016